Resolvi mudar
E continuar igualzinho...
http://www.poesiadeamanha.blogspot.it/
Um grande abraço a todos!
Ítalo do Valle
"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Não pode ser real
São duas linhas paralelas
Gosto de imaginar que elas se tocam
No infinito…
Lá elas são livres e dançam
Algo inimaginável, absolutamente
Sem sentido...
É como apreciar o outro canto do universo
Suas mudas explosões de cores diversas
Imagino os deuses em cores e verso
Em um carnaval que pelas ruas se dispersa
E de repente imagino que o poeta sou eu
Ou que a orquestra toca pra mim
Que o jardim mais bonito é o meu
Que não existe e nem existirá fim
Penso e como não pensaria,
Pularia da primavera ao outono
Viveria esse sonho, como em poesia
Voltaria, num comum acordo, sem abandono
Eu iria tão alto, ao topo do mundo
Veria o céu, mas voltaria pra terra
Seria intenso, profundo,
Mas como tudo que hora se encerra
Imagino como seria se um só sorriso
Refletisse toda a sorte de pensamentos
Não
E é tão óbvio que não pode ser real
Mas eu não deixo de imaginar
Como seria lindo
Ítalo
08/11/13
domingo, 11 de agosto de 2013
Ver o mundo por meus próprios olhos
Já faz tanto tempo
E preenchemos esse espaço
Em detalhe, atento
A deixar de lado o cansaço
Fosse o que fosse
Mil caminhos dariam num só
O velho que amou-se
É um passado esquecido no pó
Ao encarar a realidade
Tentei e juro o quanto tentei
Encontrar outra verdade
E dizer ao mundo que sim eu errei
Voltar talvez fosse opção
Repeti mil vezes sim
Encarei sem coragem o não
Estranho, tão estranho, por fim
Já faz tanto tempo
Tanto tempo perdido
Desperdiçado em momento,
Pessoa, sonho, sentido
E como quem por fim encontra
Uma pequena porção da verdade
Olho pra vida que agora apronta
Pra trilhar sua própria liberdade
Hoje tudo é sonhar na doce companhia
Do que acontece e só isso
Pra viver outra e nova poesia
Incompreendido num novo compromisso:
Ver o mundo por meus próprios olhos
Ítalo 11/08
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Um sorriso na tarde cinza
Era só mais uma tarde cinza
Um livro de Pessoa na estante
Todo sentimento bobo e passageiro
Um poema dá sentido, faz importante
De não pensar em nada
Ela fez uma grande descoberta
E guardou pra si mesma
De nada vale ter a vida tão aberta
Pensou que a tarde era boa
Pensou em desistir e não pensar
Quis novas coisas pra desistir depois
Pensou quando é a hora, afinal, de tudo acabar
Ela não quis a noite
Suplicava o momento
Indiferente ao açoite
Dos segundos no seu sentimento
Todos os seus sentidos
Levados naquele instante congelado
Pra lugares a muito perdidos
Onde ela gostaria de ter estado
E o sol que ainda fugia
Da sua tarde, da sua vida
Pra longe longe ia
Em cinza a tarde estava perdida
Mas assim tão de repente
Ela sorriu e a tarde inteira
Num segundo se refez novamente
Aquele sorriso de cor tão somente
Era um visão, uma invasão
E mudou tudo completamente
Velhas palavras se esvaíram
Velhos hábitos se perderam
Bobagens que de tão vãs sumiram
A esperança, ainda que moribunda,
Acordou de um salto para o mundo
Pois mesmo na tarde cinza
Tudo pode mudar num único segundo
Ítalo Junho/2013
Um livro de Pessoa na estante
Todo sentimento bobo e passageiro
Um poema dá sentido, faz importante
De não pensar em nada
Ela fez uma grande descoberta
E guardou pra si mesma
De nada vale ter a vida tão aberta
Pensou que a tarde era boa
Pensou em desistir e não pensar
Quis novas coisas pra desistir depois
Pensou quando é a hora, afinal, de tudo acabar
Ela não quis a noite
Suplicava o momento
Indiferente ao açoite
Dos segundos no seu sentimento
Todos os seus sentidos
Levados naquele instante congelado
Pra lugares a muito perdidos
Onde ela gostaria de ter estado
E o sol que ainda fugia
Da sua tarde, da sua vida
Pra longe longe ia
Em cinza a tarde estava perdida
Mas assim tão de repente
Ela sorriu e a tarde inteira
Num segundo se refez novamente
Aquele sorriso de cor tão somente
Era um visão, uma invasão
E mudou tudo completamente
Velhas palavras se esvaíram
Velhos hábitos se perderam
Bobagens que de tão vãs sumiram
A esperança, ainda que moribunda,
Acordou de um salto para o mundo
Pois mesmo na tarde cinza
Tudo pode mudar num único segundo
Ítalo Junho/2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
Começar tudo de novo
Perdi minhas palavras
Elas estavam guardadas
Em um pedaço de alma
E sinto a vida esvaziada
Um moleque safado
Uma vez que as encontrou
Sem a menor consideração
Pelos quatro ventos as espalhou
Quando me dei conta
Minhas palavras espalhadas
Estavam nos letreiros dos ônibus
Peduradas nos prédios e suas fachadas
Para o meu desespero
Eu as ouvi nas canções de uma dupla sertaneja
Na receita de um tempero
No aviso de um cão que foi perdido
Na moça do centro que grita dentista
Na campanha eleitoral
E até na descrição do cientista
Na descoberta da espécie exótica
O site de busca
Deu a volta no mundo
E em menos de um segundo
As descobriu em todos os lugares
São minhas palavras!
Carregadas, roubadas,
Largadas, amputadas,
Sem coerência, sem rima
E eu que delas despido
Não sou poeta
Sou prosa sem sentido
Como flecha sem seta
Perdi minhas frases feitas
Minha lista de verdades
Receitas para felicidade
Canções que não consegui decorar
Perdi meu guia de convicções
Planos e mais planos
Meu histórico de ilusões
Nomes, coordenadas, lugares
Perdi a anotação
Que ensinava como começar de novo
Perdi meu método, minha descrição
Mas eu preciso
E preciso muito
Começar tudo de novo
Ítalo 13/03/13
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Canção esquecida
Bom seria se existisse
Um resquício de música
Que lá no fundo persistisse
Esperando esperando
Que pudesse fazer voltar
Aquelas bobagens antigas
Que eu gostava de cantar
Fingindo que não era ilusão
E eu sinto uma inveja
Do artista mais louco
Um ressentimento por
Nao ser abençoado, por ser rouco
Quem dera fosse diferente
Fosse o improviso, a polifonia
Fosse o belo, o dodecafônico
Fosse o verso tirado da poesia
Mas o tempo passa
No seu alvoroço ruidoso
Vai embora e leva a canção
Tomara, eu digo pesaroso
Tenha sobrado um pouquinho
Ítalo 09/01/2013
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Silêncio
Talvez
exista um jeito de se chegar ao silêncio
Como
o que existe no espaço
Envolvendo
o universo como num abraço
De
paz, serenidade e beleza infinda
Os
deuses gritam ordens e vontades
Os
amores alardeiam suas cobranças e desagrados
A
razão reclama toda a sua verdade
Os
sonhos sussurram desejos improváveis
Enquanto
o tempo anuncia o que foi e já não é
Talvez
o silêncio seja, de fato, o começo e o fim de tudo
E
quem sabe o remédio das dores do mundo,
E
das minhas,
Seja
tratá-las com silêncio, inteiro e profundo
Foi
no silêncio que perdi melodias
E
nele que mergulhei mágoas e poesias
Porém,
embora estas não mais existam
Um
milhão de vozes faz surgir dez de cada uma que sumiu
E
mais uma vez, ao olhar o céu e ver as estrelas
E
todos os constituintes celestes
Que
guardam, no seu silêncio, toda a história da existência
Percebo
que calar o mundo a minha volta
Seria
uma espécie de graça
Uma
benção de sabedoria
Ítalo
07/09/12
Assinar:
Postagens (Atom)