Eu quis escrever
Em prosa que não era minha
E quis
Cantar tantas canções que não deveria
Eu quis olhar
O céu roséo na noite da cidade
E reclamar a impossibilidade
De deitar em seu regaço.
Eu quis
O medo do não ser
E a doce incoerência
Do querer não querer.
Eu quis tanto
Encontrar coisas que não procurei
E ser o que eu serei
Sem ser o que sou
Mas nunca quis
Essa imprevisibilidade aleatória...
Ah! Se pudéssemos
Reinventar nossas memórias!
Sempre quis me perder no mundo
Vê-lo, dele tirar bobagens para colecionar,
Me encontrar no seu fim,
Experimentar a ironia
De dar voltas e sempre voltar para o mesmo lugar.
Eu quis permanecer calado
Quando há tanto para dizer
E fechar os olhos
Para o absurdo que isso pode ser.
Mas querer é invevitável
E como quem nunca aprende
E ainda anda sonhando com o improvavél,
Abraço-o desenvergonhadamente.
Ítalo 12/10/10
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