"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Grandes amores
para meu avós;
Nos morros e morros
De puro cerrado
Serpenteiam os rios e
Os diamantes que tem procurado
Já pastam longe os bois
Que logo ontem foram campeados
E a luz de fim de tarde
Acaricia os pés de roça que foram semeados
Os passos, as vezes trôpegos, fingem a
Força do homem de idade
A labuta doméstica esconde a senhora
De tantos talentos, tanta capacidade.
Sob a sombra dele me fiz homem
Sob as preces dela me fiz sóbrio
Não se perde tanto aprendizado,
Embora os lugares, as pessoas, os anos consomem
Gostaria de ser criança novamente
E chorar pela rapadura
De tê-los a abençoar minhas manhãs
Em terna candura
E se eu não tiver arnica
E meu coração doer?
E se eu ir pra longe demais
Se o cavalo desandar a correr?
Gostaria de ser criança novamente
E ouvir canções de antigamente
Junto ao crepitar do fogão
Imaginar tanta história em minha mente
E se o leiteiro não vier
Ou não houver porteiras para abrir?
E se não houver mais tombos,
Desajeitos, casos tantos que nos façam sorrir?
Como estaca firme dentro de mim
Macaúba forte que ao tempo há de persistir
Serão parte do que sou, enfim,
Serão mais que meus mentores,
Mais que meus protetores,
Serão sempre meus grandes amores.
Ítalo 19/01/11
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Tem umas coisas de Minas que me dão uma saudade nesse seu texto...
ResponderExcluirE dá uma vontade de amá-los também...