"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)

sábado, 31 de outubro de 2009

Across the Universe

Não!
Definitivamente ainda não me fizeram gostar de Beatles, apesar de muito esforço do meu amigo na faculdade... Então eu preciso explicar esse poema!

Na verdade, num certo dia pela manhã, eu vi alguém segurando o dvd do filme Across the Universe e simplesmente eu passei a reparar em como aquele sorriso é incrivelmente lindo! Eu tive a impressão que aquele título e aquele sorriso estavam de certa forma relacionados...aí eu escrevi esse poema, bobinho, de fato, mas tem história!

Ah! E assisti o filme e gostei muito! Será por quê?!

Across the universe

Deixe-me cruzar seu universo

E entender os astros que sustentam sua beleza

Cantando num gesto ingênuo e em simples verso

O sol nascente do seu sorriso em sua face.


Não serão negros pássaros entoando

Mas a minha voz rouca e desajeitada

Que não sabe o que está se passando

Quando te vê e incontrolavelmente sai cantando.


Através do seu universo

Juro-te que não haverá canções sobre o ontem

Pois o mesmo só nos leva pra baixo

E eu só desejo subir, subir, subir...


Então imagine!

Diga-me, não será tão bom?

Haverá para os seus olhos sempre poesia

E para os seus ouvidos sempre um doce som.


Não me venha dizer que o sol está vindo,

Ele sempre esteve lá!

Nós é que escolhemos ficar sempre

Girando no mesmo lugar

Enfrentando horas de dura noite.


Não ouse tentar perguntar-me ou entender,

Através desse universo há tanto

Que eu ainda não sei e não posso compreender.


Mas vejo que talvez eu possa mudar o seu mundo,

Que talvez você possa mudar o meu mundo,

Ou talvez cada olhar e sorriso seu crie

Sempre um novo mundo de um universo a parte.


Ítalo 20/08/09


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Olá!
É incrível o tamanho da beleza que pode-se extrair das coisas, das noites, dos sorrisos, dos momentos... Embora eu sempre ache tudo um pouco rídiculo e infantil de mais, todos esses versos me perseguem e me atormentam até que eu os rabisque em um pedaço de papel qualquer. Agora, me pesa consciência a quantidade deles que foram para o lixo ou se perderam de vez em algum lugar da minha memória. Decidi, então, colocá-los aqui. Talvez alguém acabe lendo, e seja bom e bonito. Mas de qualquer modo terei aqui uma caixinha de produtos da minha mente fértil!
Começarei com este que eu gostei especialmente!

Esta é a história de um poeta que,
Cansado de sofrer poemas
E chorar canções,
Resolveu desbravar o mundo
E desprender-se das velhas paixões,
Pra encantar-se sem distrair-se em novas ilusões.

Nas noites de todos os lugares
Perguntava às estrelas:
"Como ser tão só e ainda assim brilhar?"
Em todas as montanhas quis subir
Para ver mais distante.
Seguir caminhos sem saber onde chegariam
Era lhe, de fato, quase sufocante!

Nos abismos gritou a Deus loucamente:

"Por que me amaldiçoaste
Com tanta emoção?
Dá-me por favor a benção e
O privilégio da razão!"

Nos oceanos em que navegou

Descobriu que não queria a solidão.
Essa, as vezes em agradável bonança,
Se revoltava, repentinamente,
Extinguindo até mesmo a menor esperança.

Por fim,
Um dia voltou...
E no outro, de novo, sumiu.

Alguns dizem que ficou louco
Com tanta coisa em seu inteiror que
Guardava só pra si mesmo.
Outros alegam que ele se foi de vez
Certo de que a vida é apenas
Um longo caminhar a esmo.

Porém, há também quem diga
Que ele encontrou, por fim, uma companhia.
Dizem que era linda, cantava docemente e
Com ternura escutava tudo o que ele dizia.
O seu nome era
POESIA.

Ítalo do Valle 28/10/09