"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)

domingo, 18 de março de 2012

Esperança

 


Afinal,
Por que deixaria de esperar que,
Lá na frente,
O caminho se tornaria diferente
E caminharia rente ao que já ousamos sonhar?


Esperança é para poucos
Para os os doidos varridos e loucos
Esperança é para quem sabe viver


Nesta espera
Talvez o sol se ponha mais mil vezes
Diariamente espetacular,
Ou quem sabe a solidão venha esculpir,
Mais uma vez, o nosso olhar
E até os nossos pés
Cheguem a marcar os lugares onde já estivemos
Que um livro de histórias 
Seja feito só como que já vivemos
E os lugares todos nos sejam particularmente familiares...


Esperar é o próprio viver
Tão inerente à vida como o próprio respirar
Tão instintivo a nós
Quanto o fitar, oportunamente, o horizonte


Quão tolos e paradoxais nós somos!
Se não sabemos,
Esperamos por um dia saber o que esperar
Se sabemos,
Esperamos por apenas viver sem ter mais que esperar


Um fardo para alguns
Indiferente para outros
Demasiadamente transformada para vários outros


Então
Por que eu deixaria de tê-la?

Ítalo 18/03/12