"Ah! DinDi, se soubesses do bem que eu te quero,
O mundo seria, DinDi,
Lindo (...)
Por você, DinDi,
Que é a coisa mais linda que existe (...)"
Tom Jobim
Dois bailarinos que se entretiam no palco
Sem pressa, sem hora,
As vezes sem música, sem luz,
Sempre sem vontade de ir embora
Noite adentro ela dançava
Passos de tirar o fôlego
Mas ele não se cansava
Prendia nela os olhos
Neles achava o ânimo e inspiração
Dois espelhos onde ele via solidão
Pelas mãos dele o corpo dela
Girou, flutuou no ar
Fez-se em movimento e beleza
Mas era o coração dela
Que ele se esforçava por alcançar
E que lhe escapava em terna sutileza
Dançavam a oportunidade única
No deleite daquele sorrir
Ensaiaram e cantaram Chico:
Me diz agora como ei de partir
Ele quis no corpo dela
Escrever poesia
Ele quis se saciar daquele perfurme
Que exalava e dançava junto com a melodia
Mas quando tudo acabou
Não havia mais justificativa
Para tocá-la
O mundo quase desmoronou
Tentou tocar a música, ligar as luzes,
Em passos provocá-la
Tudo era silêncio e tudo parou
Que pena que não havia platéia
É certo que de pé o mundo aplaudiria
Um bis eterno haveria
E o espetáculo poderia continuar
Ítalo 16/03/11