"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Para uma amiga;

Dois olhos inquietos
De tão cheios de vida,
Nem mesmo a presença mas fugaz
Que nunca deixa de ser divertida.

O meu discurso existencial
Que ainda é capaz de escutar,
E a minha canção infinita
De um verso só
Que tenta inutilmente me calar.

Vários filmes
vários livros
Histórias de infância
Um café
Todo dia
Grande importância.

Imagino o pôr do sol
Que deseja
Um todo de poesia
E só dela seja
Da cor dos sonhos mais distantes
Que não lembra no fim do dia
E eu te daria se pudesse...

Os amores passados
A despencar desilusão
Dos desejos cansados
A machucar seu coração
Eu te livraria se pudesse...

Me avise quando chegar
É desejo da noite
Roubar esse gesto doce
Colocá-lo no sono amargo do mundo
Então não deixe de avisar

Sei que passou por várias estradas
Trouxe na carroceria
Um monte de histórias
Mil memórias
Que é mais do que preciso musicar

Eu que não vi donde vem
E não sei pra onde vai
Só enchergo o caminho brilhante em que passará
Eu que conheço tão pouco
Mas recebo tão muito
Com a amizade que estou a ganhar.

Ítalo 16/09/10

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