"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Me perdi de novo
E quanto mais isso irá repetir?
Não sei onde estive,
Pra onde, agora, eu devo ir?

A voz que queria tanto ouvir
Disse todas as palavras
Que um dia a Alguém eu pedi.
Nem me negou com os olhos
Quando perguntei por um beijo
E não impediu um sorriso
Quando por fim consegui o meu desejo.

O sorriso que implorei por esquecer,
Enquanto canto, encanta
E ilumina o caminho que, mesmo sem percorrer,
Nos levará a lugar nenhum.

Nos seus olhos o mesmo convite
Me tira o sono e não posso dormir.
Recorro a música, a poesia, a literatura,
E um pouco mais, sem conseguir.
Permanece a esperança de que ela virá...
E vem.

Parece não ter cerimônia
Pra me machucar
E como consegue!
Mas no dia seguinte
Eu proponho fuga
Deixe que eu te carregue!

Noite após noite
Palavras são lançadas ao vento,
Acreditadas e colhidas
Por um poeta sedento.

Por fim,
Antes mesmo que eu pudesse partir,
Fiquei perdido.
Talvez mesmo se soubesse onde ir,
Não teria conseguido.

No caminho pra casa
Derramarei poesia
Pra que o futuro me permita de novo
Essa travessia
E eu chegue um dia até ela.

Ítalo 18/01/2010

Um comentário:

  1. e que nessa procura de ti próprio a poesia continue a jorrar cheia de sentimentos
    um beijo

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