"Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho"
(Alberto Caeiro)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vento

Vento
Tu vens e tocas meu rosto
Te delicias em meus lábios
Deixas atrapalhado o meu cabelo
E arrepias minha pele...

Quem te permitiu tal liberdade?
Quem te deu tanta intimidade?

Não sei de onde tu és
Nem sei de onde vens
Não sei pra onde vais

És negligente aos sentimentos
Que tu causas
És promíscuo em tantas carícias
Em tantos por todos os lugares.

A tua história eu não sei
Desconheço tuas músicas
Nem sequer imagino o que tu pensas.

Pior do que tudo
É o que provocas no fim
Vais em embora
E deixas sempre um rastro
De poesia em mim.

Ítalo 18/02/10

Um comentário:

  1. Que bonito, Ítalo! Ontem reví o filme A Ostra e o Vento - lindíssimo. Fiz um poema sobre a concha e você fez sobre o vento. São imagens fortes e belas, não são?
    Abraço, bom domingo!

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